A ração espalhada pelos cantos da casa. A água jogada no chão. Os tufos de pêlos espalhados por todos os cantos. Os gatos tomaram conta do apartamento. A Mulher Maravilha, o Arqueiro Verde, Homem Aranha, Batman, Robin, Coringa, Surfista Prateado, e mais uns tantos que nem sei o nome. Senhor Flores e sua equipe do nariz vermelho, Gordo e Magro, eles também participaram, com toda a certeza. Até o sindico Professor Bartolomeu, se rendeu. Armaram uma festinha. E foi no sábado à noite e não nos convidaram. Funestos. Quase se matam. Quase se jogam pela janela. Correm pela sacada enlouquecidos. Enquanto nós degustávamos uma saborosa feijoada no domingo. Eles, no mínimo amanheciam de ressaca.
Troquei a água, enchi os três potes com ração. Olhei para tudo. Os livros em ordem. “Batmóvel” no lugar, Bartolomeu não respondeu, os felinos sequer ronronaram. O leite estava na geladeira, intacto. Os chocolates no pote pareciam organizados em harmonia, por cores. Na mala trouxemos presentinhos. Três cobertores. Eles ignoraram. Eles não sabem o verdadeiro sentido daquela coisa fofinha. Cada qual no seu cantinho se achegou lentamente. Aproveitando o quentinho que o soft traz. O Martini. Várias doses. As duas garrafas estavam vazias. A cerveja. Os canudinhos sumiram. O suco. As laranjas. NADA. SEM NADA.
Assim se deu o final de semana no apartamento quatrocentos e três. Na segunda, a farra continuou. Três gols e muita pipoca de micro-ondas. Enquanto lá a Holanda prepara-se para enfrentar o Brasil. Por aqui, as coisas também já foram organizadas taticamente. Margareti deve chegar de Santa Catarina ainda na sexta. O síndico liberou o salão central. Enquanto isso, as trocas de elogios continuam, lá e cá. Será que os felinos sabem que Pelé é melhor que o outro? Será que todos que vivem por aqui concordam? Ah... esse mundo embrulhado. Um café preto. Uma xícara de café preto e bolachas água e sal, é tudo o que restou. Mais um bocado de bolo. Alice quer uma dose de “uisque”. Por favor!
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