quarta-feira, 30 de março de 2011

Sobre aquele livro

São várias citações, e ideias e conceitos e desprovimentos de conceitos que ficam passando na minha mente. O livro está aqui, na tela, para ser lido, degustado. Para ser debatido em sala, para divagar sozinha em voz alta. E assim, degusto. Para levar adiante aquela palestra em 2009 sobre imaginário, onde sozinha caminhava em meio a mestres. Hoje, a "liberdade da Universidade" está de volta.


“Fazer escola é fácil e aborrecido; bem mais fecundo é trabalhar pela liberdade do olhar. É ela a um só tempo insolente, ingênua, mesmo trivial e, pelo menos, incômoda – mas abre brechas e permite intensas trocas, algo inimaginável para uma mentalidade de mercadores e burocratas”.


Michel Maffesoli, 1985, p. 41 do livro "O Conhecimento Comum".

quinta-feira, 17 de março de 2011

Aquela coisa, "daquela forma"

Era o que queria. Como um sonho. Imaginava todas as fases, impossíveis de serem discorridas neste momento de extrema alegria. Coisas lindas de se ler, ver, de ouvir. Fica ela no seu canto. Num desses cantos qualquer que você preferir. Imaginar. Sentir. Imagine céus e mares, então. Imagine o vento levando os fios dos seus cabelos. Seus objetivos tornando-se realidade. Seus sonhos, reais. Alguma alegria contaminando seu corpo. Você há de sentir algo. O tempo acomodou-se ao seu lado (acredite da melhor forma possível). Da teoria à prática. Fez-se refletir em milhares... minutos, meses e faltava muito para um ano, quando ela percebeu que adiante encontrava-se a FELICIDADE. Bem “daquela forma”. Estufando, transbordando pelo seu corpo, vontade louca de gritar, chorar, sorrir. Apenas os lábios mexiam-se ao extremo do rosto. Os olhos brilhavam. Uma parte do “objetivo proposto” estava composto. Mesclado. Pronto. Mestrado. Ponto(s). Todos os segundos dedicados valeram os meses concentrados. Valeu encontrar a “mistureba” de sentimentos que é a FELICIDADE.

Havia passado dias e noites com escritos (belos) rondando a sua cabeça. Respirou fundo. Cerrou os olhos como moça míope e decidiu concentrar-se no que era necessário. Sempre, ao seu lado, estava ele. Seu eterno amor. Não, não há medo em encontrar estas palavras. Você saberá. Ali, não perdeu o foco. Findou-se. Começou novamente. E, recebeu momentos maravilhosos. Momentos compartilhados apenas com abraços, espumantes, cervejas, abraços apertados de muita qualidade, amigos presentes (a paciência e a saudade fortalecem um homem). Calou-se com os afagos, os sorrisos sinceros, os beijos e apertos, os cafunés, os olhos brilhando do seu pai, o: “Eu sabia! Parabéns!” do seu irmão. Mas, foi ele quem lhe deu toda a força e esperança para não desistir. Mesmo distante encontraram forças em lágrimas e aperto no peito quando a saudade invadiu. Foi assim, com poucas, mas sinceras demonstrações de felicidade conjunta que venceu e vencerá. Fases. Apenas mais uma fase na sua vida. Bem aquela que ela queria. “Bazinga!”, disse-me. Calei-me.

Ela deixou para trás tudo e todos que não habitam mais seu coração. Que não lutam mais pela mesma causa. E, foi-se o carnaval. Com tanta conexão com o mundo, tantas diversidades de redes sociais, de formas interativas de aproximação virtual, ela, precisou recuar. Dar um tempo e escolher avançar. Na sua bagagem leva poucas coisas, mais sentimentos, pessoas, momentos, sorrisos, olhares, sons, aquelas cores. Agora, uma nova fase inicia-se. O amor continua ali, e tudo o mais que vier que sempre esteve presente, que sempre estará. Ali, dentro de si. Carrega consigo o “Sarnacini”, seus felinos, seus amigos. Aquele a quem ela “bota fé”, aquele que é o outro irmão, o amigo-parceiro. E, os felinos dormem tranquilos, espalhados pela casa. Avante, Alice! Avante! ...

terça-feira, 31 de agosto de 2010

A miscelânea deste novo (nosso) mundo

David Weinberger doutor em filosofia e autor do livro “A nova desordem digital”, que não ficará esquecido na estante, mas que provavelmente irá me acompanhar como um guia formidável para retornar a folhear esse amontoado de átomos de segunda ordem. Chris Anderson dá a “dica” logo na capa: “Leia este livro e entenda por que a delirante desordem em breve nos tornará mais inteligentes”.

O mundo digital, afirma Weinberger (2007) nos permite “transcender a regra mais fundamental de arrumação do mundo real: em vez de tudo ter o seu lugar, é melhor que as coisas sejam designadas a vários lugares ao mesmo tempo”. Portanto, a forma como recebemos, compartilhamos e trocamos os nossos conhecimentos e informações mudaram, já não fazemos parte de uma construção de idéias lineares. Vivenciamos isso. Na “terceira ordem da ordem” podemos trilhar nossos caminhos. Buscar, trocar, compartilhar, enfim, podemos exercer a liberdade da troca de conhecimento e informações. Temos o livre-arbítrio de deixar implícito – mesmo sabendo que desta forma estamos deixando explícitas muitas coisas que não podemos ou, não queremos falar. Na “ordem da miscelânea” o papel já não é a única fonte, colocamos em prática a seleção e o descarte em apenas um clique. Segundo Weinberger (2007, p.20) “a terceira ordem remove as limitações presumidas como inevitáveis no modo como organizamos as informações”. O mundo digital é diversificado, a realidade tem múltiplas faces, não recebemos apenas dois ou três tipos de informações, recebemos um “aninhamento”. Temos a liberdade de fazer as nossas próprias escolhas, de determinar o nosso caminho do conhecimento.

A internet ajudou a democratizar o acesso a informação, está modificando e alterando as formas de sociabilidade e de economia das sociedades tradicionais. A internet é livre, para pesquisa, pesquisadores, construção do conhecimento, de informações... Mas não está livre da censura. Acontece hoje a
blogagem coletiva de repúdio ao AI5 digital. O governo ainda não tem o controle, mas eles querem. Por isso, hoje é dia de dizer um MEGA NÃO ao PL84/09, que pretende retirar a liberdade da internet, através da censura. Participe, Leia , informe-se , divulgue. Mais de 155 mil pessoas assinaram o Manifesto em defesa da liberdade e do progresso do conhecimento na Internet .

Veja o que os Artigos colocam em risco:

OS ARTIGOS 285-A, 285-B, 163-A, 171 e 22 DO SUBSTITUTIVO DO SENADOR AZEREDO COLOCAM EM RISCO:
• a política de ampliação das redes abertas de banda larga;
• a liberdade de compartilhamento;
• a liberdade de expressão;
• a liberdade de criação;
• a liberdade de acesso;
• a privacidade;
• o anonimato.


OS ARTIGOS 285-A, 285-B, 163-A, 171 e 22 DO SUBSTITUTIVO DO SENADOR AZEREDO PODEM CRIMINALIZAR:
milhares de jovens e adultos que compartilham MP3, imagens, fotos, bits;
• centenas de ativistas e pesquisadores da cibercultura;

• qualquer pessoa que queira abrir o sinal wireless em seu condomínio;
• fanfics, fansubbers, gamers que jogam em rede;
• pessoas comuns que tiveram suas máquinas ‘escravizadas’ por crackers e não possuem conhecimento técnico para se defender;
meras condutas comuns, de interpretação subjetiva quanto a possíveis intenções ou risco de danos, desviando parcos recursos policiais do combate ao crime organizado com alta tecnologia, a verdadeira grande ameaça do cibercrime, blindando-o contra as leis já vigentes ao inviabilizar a investigação eficaz (inciso II do art. 22).


OS ARTIGOS 285-A, 285-B, 163-A, 171 e 22 DO SUBSTITUTIVO DO SENADOR AZEREDO NÃO SÃO ESSENCIAIS PARA
combater a pedofilia, que já foi tratada no projeto de lei 250/08, aprovado pelo Senado em julho deste ano, e que preenche as lacunas do Estatuto da Criança e do Adolescente. Note-se que a SaferNet, principal organização de combate à pedofilia na internet, é contra este projeto de lei 84/99 (ex-PLS 89/03).

Assine a petição e diga um MEGA NÃO para o projeto do Senador Azeredo.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Tá liberado!

Sexta-feira. Cheia. Cinza. Sem final de semana. E os gatos despertaram loucos. Resmunguentos. Soltam um miado estridente. Um ronrona deitado, balançando o rabo, enquanto outro o chama para dar continuidade. A Loretta, como sempre, apenas observa o melhor momento para intervir. Descontrolados os dois correm pela casa como num ritual de comemoração. Pelo ar puro, pela sexta-feira livre, pela comida fresquinha, pelo final de semana.

A manhã dessa sexta-feira anunciou uma boa notícia. Depois da ABERT (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV), na última terça-feira (24), ter ingressado com ação no STF (Superior Tribunal Federal) contra restrições de Lei Eleitoral, sustentando que “as normas violam a livre manifestação de pensamento, da atividade intelectual, artística, de comunicação e de informação, garantidas no artigo 5º da Constituição Federal”. A Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin), surtiu efeito.

O ministro Ayres Britto, vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu parte da lei eleitoral, liberando a sátira política na propaganda eleitoral de rádio e televisão. Para o ministro “não há liberdade de imprensa pela metade ou sob as tenazes da censura prévia, pouco importando o Poder estatal de que ela provenha”. No despacho, ele cita algumas vertentes do humor nas mídias e salienta que estas “compõem as atividades de imprensa, sinônimo perfeito de informação jornalística”.

O humor vai voltando aos poucos, com muito cuidado para não despertar o sorriso amarelo de qualquer um por aí. E eu volto. Ela é sexta-feira, cheia e cinza.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Deixa rir

Nasci em um país democrático. Vivemos em uma democracia. Ao menos, é isso que eles nos dizem. Ao menos é isso que sei. Aqui, no país do futebol, onde as grandes corporações midiáticas estão nas mãos de poucos, onde a arte é feita em todos os cantos, onde muitos artistas sobrevivem dessa arte, onde o ensino engatinha no bê-á-bá tentando tomar forma, sem forças para se unir a universidade. Aqui, no país do carnaval, nos fazem rir de tantas formas. Aqui, nesse país das paisagens belas, nos tiram os últimos trocados; levam a nossa dignidade na primeira esquina que cruzamos. Aqui, no país democrático, situado na América Latina, somos movidos a Leis, não que isso nos torne um país onde a justiça é levada a sério. Não. Aqui, adoramos as Leis. Isso, não quer dizer que as Leis de trânsito, por exemplo, sejam respeitadas. Aqui, nesse país democrático, onde a censura é coisa do passado não aceitam jornalistas diplomados. Não querem cidadãos bem informados, não aceitam crianças bem nutridas crescendo em convergência com o mundo.

Aqui, somos um povo sorridente. Afinal, temos motivos para tanta felicidade. Nossas crianças estão na escola (não importa o descaso com os professores), somos um país em pleno desenvolvimento, somos o país da Copa de 2014, das olimpíadas em 2016 (não importa a nossa infra-estrutura, para isso, temos dinheiro). Somos o país das grandes indústrias. Somos o país das fontes naturais (não importa se tratamos o lixo com descaso). Somos o país dos grandes: poetas e escritores e atores; somos o país da literatura (mesmo que nossas crianças cresçam longe dos livros, e cada vez mais íntimas das conversas virtuais). Somos o país onde o nosso sistema de saúde funciona perfeitamente bem. Enfim, somos um povo feliz! Mesmo que ao chegar na “terceira idade” tenhamos que nos submeter à aposentadoria. Somos brasileiros!

Não desistimos nunca. No Brasil, desde 1997 a Lei eleitoral, proíbe que “emissoras de rádio e TV usem trucagem, montagem ou outro recurso de áudio ou vídeo que, de qualquer forma, degradem ou ridicularizem o candidato, partido ou coligação”. Enquanto isso, eles nos fazem rir nos programas eleitorais veiculados na televisão. Enquanto isso, humoristas, dançarinas, sorrisos soltos e tantos outros nos mostram que o melhor caminho ainda é se enveredar para política (caso a fama não seja um estrondoso barraco). Enquanto isso, eles nos fazem rir de todas as formas nos empulhando em horário nobre, um humor de primeira. Sem ridicularizar ou degradar.

Eles estão tirando sarro da nossa cara! Não temos mais humor levado a sério. Não podemos mais rir da desgraça, digo da nossa desgraça política. Os humoristas do nosso país democrático não podem mais satirizar os candidatos. É lei. Vamos obedecer! Tem muita e tanta coisa na televisão brasileira, nas rádios das nossas cidades e na internet que nos agridem tanto ou mais, do que era feito. Há tantos outros programas que ridicularizam os cidadãos, que vendem o ilusório (...). Mas eles não se importam com os nossos anseios, com o que almejamos, com o que nos aflige.

Fato é que os mesmos que defendem a desregulamentação da profissão do jornalista, que censuram o humor nas mídias, que querem nos calar de qualquer forma, não têm interesse que este nosso espaço público seja mediado por profissionais. Tanto faz se for de uma forma coerente, bem humorada, satírica. Fato é que, eles não querem cidadãos com conhecimento, eles não aceitam esse tipo de confronto. Eles podem. Nós devemos nos calar. Neste período, o sorriso vai ser largo, vai soar falso, assim como as palavras; as promessas vão ser cômicas, vão invocar a Deus, vão difamar companheiros; que depois vão se unir para ocupar os cargos que restaram. Neste e em tantos outros períodos, vão nos fazer rir de tanta canalhice, eles só querem o nosso povo feliz, é de coração. Nada particular. Eles querem o poder. Seja no humor, na comunicação, na educação, seja o poder do livre-arbítrio. Eles não querem doutores em ciências humanas. Enquanto isso, me seguro pelas bordas.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Metade e meia

Outro ponto de partida. Outra vista. Uma bela. Uma sonora. Numa dela. Uma imagem.
Numa dessas. Uma sequencia paralela. Encontro. Outra imagem naquela janela. DesEncontro. Fecho o ponto. Aberta. Porta. O sol. As fugas. Dela. Os mesmos rumos. Meses. Mesmos. Mês. Teus braços. Contínua resistência. Embaraço. Foco. Continua no mesmo rumo. DesFoco. DesEmbaço os olhos. Lentes. DesEmbaraço os nós. Lentamente. Nós. Tela. Desatino. Nela. Agora. Desafino. Ano. Metade. Meia.
- Que queres com a leveza dos meus passos se meus sapatos não se encantam pelos seus?

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Tempo e espaço

Cinquenta e oito horas desconectada, sem celular, sem internet, sem computador, sem rádio, sem música. Apenas os livros e um par de família e cinco horas de viagem e aquele destino. Uma partida para o lugar simples. Que parece mais longe deste mundo quando a estrada de terra aparece. As lembranças se achegam devagar. A noite gelada e o vento nos abraçam. A senhora que nos recebe na casa de madeira, tem o rosto triste, mas a alma bela e um coração gigantesco. Abraça com os braços de quem acolhe, protege e não quer deixar partir. É feita de fibra e raça e sensibilidade. É mulher admirável, não somente por ser mãe da minha mãe, mas por ser sensível, simples, ter uma história linda e por manter o amor há mais de cinquenta anos. Na casa da Vovó a cama prontinha nos espera, o aconchego é simples, mas ali temos a certeza de que temos o essencial para vivermos em paz, sossegados do mundo, como ela vive. Ela ainda quer ser independente, apesar das poucas limitações e os cuidados essenciais que a sua idade nos exige. Resmunga sozinha por causa da tramela da porta, admira-se frente às novas tecnologias trazidas pelo meu irmão no computador, controla a sua dieta, organiza sua casa, é zelosa com os netos, e também não sabe onde essa juventude vai parar. Mas, não sorri mais na hora do retrato. Seus oitenta e três anos são sentidos pela ausência do seu par. Falta. Quanta falta ele faz. Mas ela não deixa cair.


Para aqueles campos abertos onde a vista perde o sentido, procura o infinito, encontra luzes e estrelas sem fim. Retrato da família na mesa da saleta, aconchego de Vovó, comida de tia, receptividade encantadora. As tantas horas até lá, recompensam o caminhar sem pressa, sem hora para voltar. Sem compromisso. Sem espaço, no ciberespaço. Se há mais de dez anos atrás quando todo mundo nas grandes cidades, que podiam pagar por uma internet discada, começavam a se conectar em rede, em São Pedro do Butiá - RS, na região das Missões, a luz era artigo de luxo para quem morava na cidade. “Butiá”, ainda tem a maioria da sua população de 2.744 habitantes vivendo na zona rural, é uma cidadezinha bonita, mas simples. Uma cidade que desde 2008 ostenta a estátua de São Pedro, circundada pelo Centro Germânico Missioneiro, seus trinta metros de altura despontam mesmo sem a sua iluminação característica. A cidade ganhou um local onde a história da imigração alemã é recontada, e a estátua ganhou destaque no jornal Zero Hora, pelos tantos zeros que foram investidos.


A comunidade de Santa Terezinha, onde está à casa da vovó, é distante cerca de 8km da cidade. No final dos anos 90, o asfalto nem cruzava as cidades, apenas um telefone para toda uma comunidade ligava-os com o mundo. A comunicação era quase restrita. Os correios até lá não chegavam (e ainda não chegam). Algum político olhou para aqueles cidadãos. Meu avô Arthur, então comprou uma geladeira, um freezer para o leite e as carnes não estragarem, teve enfim, direito a banho quente (um chuveiro que não era feito de lata) e um banheiro de verdade. Comprou uma televisão a cores, antena parabólica, mas o radinho a pilhas não foi deixado de lado, ainda está lá. Na casa ao lado, a casa da Tia Rosa e do Tio Dionísio, a mesma cronologia, com a adesão do celular e mais recentemente, a máquina digital. Em breve, a internet também vai chegar e irá fazer parte das suas vidas, não apenas o
Orkut, e as outras ferramentas de conversação. Mas toda a sua gama de oportunidades e possibilidades que ela traz. Ela chega até a igreja da comunidade, e dali não passa, mas ali, há muita empolgação com estas novas tecnologias.

“Butiá”
não está mais “isolada” do mundo, mas mesmo assim, lá na casa da Vovó é possível sentir um isolamento, é sem fim. É ar aberto e puro e belo e simples e acolhedor. Viajo mais algumas horas e perco o jogo do meu time, por não ter um rádio digital ou a pilhas, mas meu corpo está descansado, a mente tranquila, tudo certo para recomeçar a rotina. Com a certeza de que não fico desconectada do mundo virtual por mais de três dias. Nas últimas férias, corri para a única Lan House em São Pedro do Butiá, precisava ao menos ver a minha caixa de e-mails. Mas ali, caminho de olhos bem abertos. Onde a noção de tempo e espaço diferem-se dessa em que vivo normalmente. Neste ciberespaço, retorno outra vez aos estudos. Para tentar compreender. Para desorbitar. Para viajar.