Nasci em um país democrático. Vivemos em uma democracia. Ao menos, é isso que eles nos dizem. Ao menos é isso que sei. Aqui, no país do futebol, onde as grandes corporações midiáticas estão nas mãos de poucos, onde a arte é feita em todos os cantos, onde muitos artistas sobrevivem dessa arte, onde o ensino engatinha no bê-á-bá tentando tomar forma, sem forças para se unir a universidade. Aqui, no país do carnaval, nos fazem rir de tantas formas. Aqui, nesse país das paisagens belas, nos tiram os últimos trocados; levam a nossa dignidade na primeira esquina que cruzamos. Aqui, no país democrático, situado na América Latina, somos movidos a Leis, não que isso nos torne um país onde a justiça é levada a sério. Não. Aqui, adoramos as Leis. Isso, não quer dizer que as Leis de trânsito, por exemplo, sejam respeitadas. Aqui, nesse país democrático, onde a censura é coisa do passado não aceitam jornalistas diplomados. Não querem cidadãos bem informados, não aceitam crianças bem nutridas crescendo em convergência com o mundo.
Aqui, somos um povo sorridente. Afinal, temos motivos para tanta felicidade. Nossas crianças estão na escola (não importa o descaso com os professores), somos um país em pleno desenvolvimento, somos o país da Copa de 2014, das olimpíadas em 2016 (não importa a nossa infra-estrutura, para isso, temos dinheiro). Somos o país das grandes indústrias. Somos o país das fontes naturais (não importa se tratamos o lixo com descaso). Somos o país dos grandes: poetas e escritores e atores; somos o país da literatura (mesmo que nossas crianças cresçam longe dos livros, e cada vez mais íntimas das conversas virtuais). Somos o país onde o nosso sistema de saúde funciona perfeitamente bem. Enfim, somos um povo feliz! Mesmo que ao chegar na “terceira idade” tenhamos que nos submeter à aposentadoria. Somos brasileiros!
Não desistimos nunca. No Brasil, desde 1997 a Lei eleitoral, proíbe que “emissoras de rádio e TV usem trucagem, montagem ou outro recurso de áudio ou vídeo que, de qualquer forma, degradem ou ridicularizem o candidato, partido ou coligação”. Enquanto isso, eles nos fazem rir nos programas eleitorais veiculados na televisão. Enquanto isso, humoristas, dançarinas, sorrisos soltos e tantos outros nos mostram que o melhor caminho ainda é se enveredar para política (caso a fama não seja um estrondoso barraco). Enquanto isso, eles nos fazem rir de todas as formas nos empulhando em horário nobre, um humor de primeira. Sem ridicularizar ou degradar.
Eles estão tirando sarro da nossa cara! Não temos mais humor levado a sério. Não podemos mais rir da desgraça, digo da nossa desgraça política. Os humoristas do nosso país democrático não podem mais satirizar os candidatos. É lei. Vamos obedecer! Tem muita e tanta coisa na televisão brasileira, nas rádios das nossas cidades e na internet que nos agridem tanto ou mais, do que era feito. Há tantos outros programas que ridicularizam os cidadãos, que vendem o ilusório (...). Mas eles não se importam com os nossos anseios, com o que almejamos, com o que nos aflige.
Fato é que os mesmos que defendem a desregulamentação da profissão do jornalista, que censuram o humor nas mídias, que querem nos calar de qualquer forma, não têm interesse que este nosso espaço público seja mediado por profissionais. Tanto faz se for de uma forma coerente, bem humorada, satírica. Fato é que, eles não querem cidadãos com conhecimento, eles não aceitam esse tipo de confronto. Eles podem. Nós devemos nos calar. Neste período, o sorriso vai ser largo, vai soar falso, assim como as palavras; as promessas vão ser cômicas, vão invocar a Deus, vão difamar companheiros; que depois vão se unir para ocupar os cargos que restaram. Neste e em tantos outros períodos, vão nos fazer rir de tanta canalhice, eles só querem o nosso povo feliz, é de coração. Nada particular. Eles querem o poder. Seja no humor, na comunicação, na educação, seja o poder do livre-arbítrio. Eles não querem doutores em ciências humanas. Enquanto isso, me seguro pelas bordas.
Aqui, somos um povo sorridente. Afinal, temos motivos para tanta felicidade. Nossas crianças estão na escola (não importa o descaso com os professores), somos um país em pleno desenvolvimento, somos o país da Copa de 2014, das olimpíadas em 2016 (não importa a nossa infra-estrutura, para isso, temos dinheiro). Somos o país das grandes indústrias. Somos o país das fontes naturais (não importa se tratamos o lixo com descaso). Somos o país dos grandes: poetas e escritores e atores; somos o país da literatura (mesmo que nossas crianças cresçam longe dos livros, e cada vez mais íntimas das conversas virtuais). Somos o país onde o nosso sistema de saúde funciona perfeitamente bem. Enfim, somos um povo feliz! Mesmo que ao chegar na “terceira idade” tenhamos que nos submeter à aposentadoria. Somos brasileiros!
Não desistimos nunca. No Brasil, desde 1997 a Lei eleitoral, proíbe que “emissoras de rádio e TV usem trucagem, montagem ou outro recurso de áudio ou vídeo que, de qualquer forma, degradem ou ridicularizem o candidato, partido ou coligação”. Enquanto isso, eles nos fazem rir nos programas eleitorais veiculados na televisão. Enquanto isso, humoristas, dançarinas, sorrisos soltos e tantos outros nos mostram que o melhor caminho ainda é se enveredar para política (caso a fama não seja um estrondoso barraco). Enquanto isso, eles nos fazem rir de todas as formas nos empulhando em horário nobre, um humor de primeira. Sem ridicularizar ou degradar.
Eles estão tirando sarro da nossa cara! Não temos mais humor levado a sério. Não podemos mais rir da desgraça, digo da nossa desgraça política. Os humoristas do nosso país democrático não podem mais satirizar os candidatos. É lei. Vamos obedecer! Tem muita e tanta coisa na televisão brasileira, nas rádios das nossas cidades e na internet que nos agridem tanto ou mais, do que era feito. Há tantos outros programas que ridicularizam os cidadãos, que vendem o ilusório (...). Mas eles não se importam com os nossos anseios, com o que almejamos, com o que nos aflige.
Fato é que os mesmos que defendem a desregulamentação da profissão do jornalista, que censuram o humor nas mídias, que querem nos calar de qualquer forma, não têm interesse que este nosso espaço público seja mediado por profissionais. Tanto faz se for de uma forma coerente, bem humorada, satírica. Fato é que, eles não querem cidadãos com conhecimento, eles não aceitam esse tipo de confronto. Eles podem. Nós devemos nos calar. Neste período, o sorriso vai ser largo, vai soar falso, assim como as palavras; as promessas vão ser cômicas, vão invocar a Deus, vão difamar companheiros; que depois vão se unir para ocupar os cargos que restaram. Neste e em tantos outros períodos, vão nos fazer rir de tanta canalhice, eles só querem o nosso povo feliz, é de coração. Nada particular. Eles querem o poder. Seja no humor, na comunicação, na educação, seja o poder do livre-arbítrio. Eles não querem doutores em ciências humanas. Enquanto isso, me seguro pelas bordas.
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